Sexo: uma arma poderosa

"Querido, se você usar fogos de artifício ilegais vai ficar sem sexo em casa!". "Amor, sexo agora só quando você aderir ao desarmamento". "Sexo? De jeito nenhum. A menos que você pare de apoiar o governo". Por incrível que pareça, estas chantagens sexuais aconteceram, respectivamente, na Itália, Colômbia e Rússia. Agora é a vez das mulheres do Quênia. Elas estão em greve de sexo, por uma semana, para que governo e oposição entrem num acordo e evitem que o país caia num mar de violência. Confronto entre os dois lados mataram 1.500 pessoas, no Quênia, em 2007. E elas já pensaram em tudo. Pagaram até as prostitutas para que não recebam seus clientes!

A menos que o Quênia seja um país de maníacos sexuais, uma semana sem sexo não leva ninguém à loucura a ponto de mobilizar governantes. Mas o objetivo - mais do que forçar um acordo bilateral - é chamar a atenção da mídia. E elas conseguiram. Não só pela curiosidade do fato, mas pela ousadia feminina, uma vez que o sexo ainda é um tabu para as quenianas. Um tabu dentro de casa, porque nas praias do Quênia, o que não falta é turismo sexual, principalmente de mulheres estrangeiras mais velhas em busca de homens jovens. Sim, as brancas de olhos azuis pagam - e bem - por um bom sexo com morenos e sarados. Estas, as mulheres do Quênia não conseguirão impedir.

Esta greve me fez refletir sobre sexo e poder. Ambos caminham juntos, não há dúvida! Em um texto anterior eu disse e repito: "O sexo é uma força tão poderosa que pode arruinar um casamento (ou dois). Pode ligar duas (ou várias) pessoas. E também pode afastá-las." Os homens do século XXI ainda se rendem ao sexo (e as mulheres também). Colocam em risco família, negócios, governos e até a própria vida por um bom sexo. As duas cabeças do homem não conseguem pensar juntas com frequência. Bill Clinton que o diga!

Embora o homem também possa ser extremamente sedutor e fazer da mulher uma marionete em troca de umas boas horas de cama, são elas que, mais comumente, usam o sexo como meio para atingir um objetivo. E não se ofendam, meninas, pois todas nós fazemos isso em diferentes níveis. Algumas usam o sexo para garantir um cargo ou promoção; para percorrer uma carreira artística ou até para residir no exterior. Outras, para manter um casamento ou destruí-lo, quando este for o do outro, é claro! O sexo é moeda de troca para quase tudo.

Não pretendo entrar no mérito da moralidade ou na vulgaridade do uso do sexo (sim, porque para passar da sedução para a vulgaridade basta uma palavra ou gesto errado), mas na vulnerabilidade diante do mesmo.

Estou longe de ser uma feminista. Ao contrário, acho o mundo masculino muito mais interessante, mas a magia da mulher é extremamente poderosa, convenhamos. Ela sabe, como ninguém, unir inteligência, perspicácia - e todas as nuances psicológicas - à sedução. E aí, meus amigos, não tem mesmo pra ninguém. O cruzar das pernas (ao invés de abrí-las), o olhar (ao invés de encarar), o evitar de um toque (ao invés de tocá-lo) são só migalhas perto do que a mulher faz para colocar o homem de joelhos diante delas. E eles ficam!

Um relatório de 1945, sobre a espionagem durante a Segunda Guerra Mundial, revelou que os maiores resultados foram obtidos por espiãs, que usavam não só a inteligência para extrair as informações. Hoje em dia, até quadrilhas de assaltantes usam mulheres como iscas para atrair as vítimas (homens) para uma armadilha. E eles vão!

O jogo da sedução nada mais é do que uma troca. E, dependendo do que estiver em jogo, não há perdedores. O homem pode estar de joelhos diante da mulher, mas para ele, não importa, perto do que está para receber. Para a mulher, o que ela pode dar, muitas vezes, não significa nada diante do que ele vai lhe retribuir. Este ciclo é o que permite que homem e mulher invertam seus papéis, eventualmente. E é isso que faz do sexo (e de quem o usa) tão intenso e poderoso.

E que os anjos digam: Amém!!!

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